ON ou PN? Descubra qual ação faz mais sentido para você investir
Imagine que você decidiu investir em ações e se deparou com duas opções da mesma empresa: uma termina com o número 3 e a outra com o número 4. Ambas são papéis da mesma companhia… mas qual escolher?
Esses números mudam alguma coisa? Existe alguma que oferece mais vantagens?
Se essa dúvida já passou pela sua cabeça, saiba que você não está sozinho. Ela é extremamente comum entre investidores iniciantes — e compreender a diferença entre ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) é essencial para tomar decisões conscientes e alinhadas ao seu perfil e objetivos.
Em resumo:
- Ações ON (ordinárias) garantem direito a voto nas assembleias da empresa.
- Ações PN (preferenciais), por outro lado, dão preferência no recebimento de dividendos, mas não oferecem direito a voto.
Ou seja, o que muda é o tipo de participação que você terá dentro da empresa: mais ativa nas decisões ou mais voltada à distribuição de lucros.
Segundo dados da B3, a Bolsa de Valores brasileira, o número de pessoas físicas investindo cresce mês após mês — o que é ótimo. Mas junto com esse crescimento, é fundamental que haja também mais educação financeira, para que as pessoas saibam o que estão comprando e por que estão comprando.
E a boa notícia é: com a orientação certa, tudo isso pode ser muito mais simples do que parece.
O que você vai aprender neste artigo:
- O que são ações ordinárias (ON) e como elas funcionam;
- O que caracteriza uma ação preferencial (PN) e suas particularidades;
- As principais diferenças entre ações ordinárias e preferenciais;
- Qual tipo de ação costuma apresentar maior rentabilidade no longo prazo;
- Como escolher entre ações ON e PN na hora de montar sua carteira;
- E, por fim, o que são as units e como elas se comparam às demais.
Ao final, você ainda receberá uma dica valiosa para aprofundar seus conhecimentos e investir com mais segurança, clareza e estratégia.
Preparado para transformar sua forma de investir? Então vamos em frente. 🚀
O que é uma ação ordinária (ON)?
As ações ordinárias, também chamadas de ações ON, são aquelas que garantem ao investidor o direito de votar nas assembleias da empresa. Isso significa que, ao comprar esse tipo de papel, você passa a ter voz ativa em decisões estratégicas — como eleição da diretoria, fusões, aquisições e distribuição de lucros.
Um ponto importante: todas as ações ordinárias possuem alta liquidez, ou seja, são facilmente negociadas no mercado, principalmente quando se trata de empresas com grande volume de negociação e forte presença na Bolsa.
Na prática, ações ordinárias são identificadas com final “3” no código de negociação (ticker). Exemplo: VALE3, PETR3, ITUB3.
Por que isso importa?
Investir em ONs pode ser estratégico para quem busca envolvimento mais direto na gestão da empresa ou deseja maior proteção em caso de venda da companhia — e isso nos leva ao próximo ponto:
O que é o tag along?
Tag along é um mecanismo que garante proteção ao acionista minoritário quando o controle da empresa é vendido. Ele obriga o novo comprador a estender a proposta de compra a todos os demais acionistas, oferecendo no mínimo 80% (e, em muitos casos, até 100%) do valor pago ao controlador.
Ou seja, mesmo que você não detenha o controle da empresa, esse direito garante que seu investimento seja valorizado de forma justa — protegendo o capital investido em eventuais mudanças societárias.
Exemplos de ações ordinárias:
- VALE3 (Vale)
- WEGE3 (WEG)
- PETR3 (Petrobras)
- LREN3 (Lojas Renner)
- ITUB3 (Itaú Unibanco)
Obs.: esses exemplos são meramente ilustrativos. Antes de investir, consulte sua estratégia e perfil de investidor com base em uma análise individualizada.
E o que é uma ação preferencial (PN)?
As ações preferenciais, conhecidas como ações PN, são papéis que não oferecem direito a voto nas assembleias, mas proporcionam prioridade na distribuição de dividendos.
Isso significa que os detentores de ações PN são os primeiros da fila quando a empresa decide distribuir parte dos lucros. Por esse motivo, essas ações costumam atrair investidores focados em renda passiva, principalmente para estratégias de longo prazo.
As ações preferenciais são identificadas pelo final “4” em seu código (ticker). Exemplo: PETR4, VALE4, ITUB4.
Um benefício adicional:
Pelo fato de não estarem vinculadas ao direito de voto, as ações PN costumam ter maior volume de negociação e alta liquidez, facilitando a compra e venda no mercado secundário.
Ações preferenciais: exemplos e um ponto de atenção
Embora ações preferenciais (PN) não garantam direito a voto nas assembleias, algumas empresas podem oferecer o benefício do tag along também para esse tipo de papel. No entanto, esse direito não é obrigatório por lei para ações PN — sua concessão depende do estatuto da companhia.
Exemplos de ações preferenciais:
Essas ações são identificadas pelo final “4” em seu ticker. Confira alguns exemplos:
- PETR4 (Petrobras)
- ITSA4 (Itaúsa)
- SAPR4 (Sanepar)
- BRAP4 (Bradespar)
⚠️ Importante: Os exemplos acima são apenas ilustrativos e servem para mostrar como identificar ações preferenciais no mercado. Não constituem recomendações de compra ou venda. Antes de investir, é essencial analisar seu perfil e objetivos.
Quais são as principais diferenças entre ações ON e PN?
Se você ainda está em dúvida entre escolher ações ordinárias (ON) ou preferenciais (PN), saiba que essa é uma das dúvidas mais comuns — inclusive entre investidores experientes.
Cada tipo de ação tem suas particularidades e pode fazer mais sentido dependendo da sua estratégia. Para facilitar, o ideal é comparar os dois modelos lado a lado em uma tabela clara e objetiva, que mostra:
- Participação em assembleias
- Prioridade nos dividendos
- Liquidez
- Tag along
- Perfil do investidor ideal

Diferença entre ações preferenciais classe A e classe B
Algumas empresas emitem ações preferenciais de diferentes classes, que podem ser identificadas pelo número final do ticker:
- Classe A (final 5): exemplos incluem USIM5, BBAS5, CRDE5;
- Classe B (final 6): como USIM6, BBAS6, CRDE6.
A principal diferença está nos direitos concedidos aos acionistas:
- Classe A: geralmente, têm prioridade na distribuição de dividendos, podendo receber valores até 10% maiores do que os pagos às demais classes;
- Classe B: não possuem esse benefício e podem ter direitos limitados conforme o estatuto da empresa.
Por isso, sempre verifique o estatuto da companhia antes de investir para entender qual é a classe mais vantajosa no seu caso.
O que é o Novo Mercado?
O Novo Mercado é o mais alto nível de governança corporativa da B3. Empresas listadas nesse segmento se comprometem com regras mais rígidas de transparência, gestão e direitos dos acionistas — tanto que só podem emitir ações ordinárias (ON).
Investir em empresas do Novo Mercado significa:
- Maior transparência na divulgação de informações;
- Adoção de práticas de governança mais robustas;
- Proteção aos acionistas minoritários.
Esses critérios tornam essas empresas atrativas para investidores de longo prazo, especialmente aqueles que priorizam segurança e governança.
Ações ordinárias ou preferenciais: qual rende mais?
Não existe uma resposta única — tudo depende da sua estratégia de investimento.
- Ações preferenciais (PN) tendem a pagar dividendos maiores e mais constantes, o que atrai investidores que priorizam renda passiva.
- Já as ações ordinárias (ON), além do direito a voto, costumam gerar ganhos mais expressivos no longo prazo, principalmente em empresas bem administradas.
No geral:
- Se você busca previsibilidade de rendimentos, PN pode ser o caminho.
- Se prefere participar de forma mais ativa no crescimento e nas decisões da empresa, ON é a escolha mais indicada.
Além disso, vale lembrar que a liquidez também pesa: algumas ações ON têm maior volume de negociação no mercado, o que facilita compra e venda.
Qual é a melhor ação para comprar: ordinária ou preferencial?
A escolha entre ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) vai depender do seu perfil de investidor, dos seus objetivos financeiros e das características da empresa em questão.
Para ajudar na decisão, veja os prós e contras de cada uma:
✅ Vantagens das ações ordinárias (ON)
- Direito a voto nas assembleias: ideal para quem deseja participar das decisões estratégicas da empresa.
- Maior alinhamento com os controladores: ONs seguem os mesmos interesses de quem administra o negócio, o que pode trazer retornos de longo prazo.
- Tag along garantido por lei: em caso de venda do controle da empresa, você tem direito a receber no mínimo 80% do valor pago ao acionista majoritário — ou até 100%, dependendo da empresa.
⚠️ Riscos das ações ordinárias
- Menor liquidez em alguns casos: o volume negociado pode ser menor do que nas PNs, dificultando a compra ou venda rápida.
- Menor previsibilidade de dividendos: geralmente, ONs têm uma política de distribuição menos atrativa do que as PNs.
- Maior volatilidade: podem apresentar oscilações maiores, principalmente em empresas com baixa governança ou histórico de instabilidade.
✅ Vantagens das ações preferenciais (PN)
- Prioridade no recebimento de dividendos: recebem lucros antes das ONs — e em muitos casos, com percentuais maiores.
- Maior liquidez em vários papéis: muitos tickers com final 4 têm negociação mais ativa na Bolsa.
- Boa opção para renda passiva: excelente alternativa para quem busca previsibilidade e retorno consistente.
⚠️ Riscos das ações preferenciais
- Sem direito a voto: você não participa das decisões administrativas da empresa.
- Tag along não é obrigatório por lei: pode não ter proteção no caso de venda do controle da empresa.
- Possível subvalorização: algumas PNs acabam sendo negociadas com desconto em relação às ONs, mesmo tendo vantagens nos dividendos.
Resumo prático:
- Se você busca participação nas decisões e potencial de valorização de longo prazo, as ONs podem ser mais interessantes.
- Se o foco for renda com dividendos e maior liquidez no dia a dia, as PNs tendem a oferecer mais vantagens.
Qual a diferença entre ações e units?
A principal diferença está na composição:
- Ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) são títulos individuais.
- Já as units são pacotes que combinam diferentes tipos de ações, como 1 ON + 2 PNs, por exemplo.
Ou seja, ao investir em uma unit, você está adquirindo uma cesta com diferentes papéis da mesma empresa.
Por que as empresas criam units?
Empresas listadas na Bolsa optam por unidades (units) por diferentes razões:
- Aumentar a liquidez dos papéis: ao unir ONs e PNs em uma única negociação, há maior interesse e volume no mercado.
- Evitar concentração de controle: ajuda a diluir o poder de voto entre acionistas e impede concentração excessiva.
- Facilitar acesso para pequenos investidores: a composição mista permite que um único investimento dê exposição a diferentes classes de ações.
Ponto de atenção
O preço das units tende a ser maior que o de uma ação individual, já que representa a soma dos ativos que a compõem.
Além disso, as units geralmente são identificadas por tickers com final 11 (ex: SANB11, TAEE11), o que pode gerar confusão com fundos imobiliários (FIIs) e ETFs, que também usam o final 11.
E os BDRs?
BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados que representam ações de empresas estrangeiras, como Apple, Google, Amazon, etc.
Eles funcionam como “espelhos” de papéis negociados fora do Brasil e permitem que investidores locais tenham acesso a empresas globais sem precisar abrir conta no exterior.
Tipos:
- BDRs não patrocinados: listados por instituições financeiras sem envolvimento da empresa estrangeira. Final do ticker: 32 ou 34.
- BDRs patrocinados: com participação direta da empresa emissora. Final do ticker: 33 ou 35.
Conclusão
Compreender a diferença entre ações ON, PN, units e BDRs é essencial para investir com mais segurança e clareza na Bolsa.
A escolha ideal depende do seu perfil, objetivos e do quanto você deseja participar das decisões da empresa ou focar em dividendos e liquidez.